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Torá Oral

  A IMPORTÂNCIA DA TORÁ ORAL (para quem acha que só a Torá escrita vale): "Um não-judeu se dirigiu ao Sábio Shammaï e lhe perguntou:...

domingo, 18 de agosto de 2013

ROSH HASHANÁ


Era tarde no sexto dia da criação do mundo. Tudo estava pronto agora, ou quase tudo. O sol raiava
brilhante no céu azul, seus raios tremulavam, brincalhões, sobre as águas claras dos rios, riachos e lagos lá
embaixo. Os prados verdejavam com grama fresca. Os pássaros pipilavam alegremente no ar. Os bosques
estavam repletos de esquilos, coelhos, e toda espécie de grandes e pequenos animais.
No entanto, todos os animais eram parvos e não tinham idéia de como vieram a existir, tampouco Quem
os criara. Assim, D’us decidiu criar a última e mais extraordinária criatura, que tivesse capacidade de pensar,
falar e fazer coisas maravilhosas. Essa criatura era o Homem.
Quando Adam abriu os olhos e viu o belo mundo que o cercava, soube imediatamente que foi D’us Quem
o criara, assim como a Ele mesmo. As primeiras palavras de Adam foram: “ D’us é Rei para sempre!” O eco
de sua voz reboou de uma extremidade do mundo até a outra.
“Agora, o mundo todo saberá que Eu sou o Rei” – disse D’us, e Se alegrou com isto.
Este foi o primeiro Rosh Hashaná! O primeiro Ano Novo. Era o dia do nascimento do Homem, e o dia
da coroação do Rei dos reis!
“Agora, vejamos o que os reis fazem no dia de sua coroação?” – D’us perguntou, e respondeu: “Eles
fazem daquele dia um festival. Os leais súditos reúnem-se em todos os lugares para expressar sua lealdade
ao rei. Fazem soar as trombetas e clamam ‘Vida longa ao rei!’ O rei enche-se de amor por seus súditos e
concede-lhes vários favores e honras. Ele perdoa até mesmo indivíduos que agiram contra a Sua vontade, se
estes tenham se arrependido pelo que fizeram. Sim, é isso o que Eu farei!”
E assim, D’us fez de Rosh Hashaná um festival. Nós nos reunimos em sinagogas, tocamos o shofar e
expressamos nosso amor por nosso Rei e Pai no Céu. D’us, por sua vez, concede-nos um ano bom e doce.

OS PRIMEIROS ARREPENDIDOS

De acordo com a tradição, foi em Rosh Hashaná que Cáyin matou seu irmão Hêvel.
Hêvel jazia imóvel na terra. Cáyin percebeu que matara o irmão. “O que devo fazer com o corpo?” –
pensou, completamente perdido, pois nunca vira um cadáver antes, nem sabia o que fazer com um.
Um pio alto e furioso fê-lo levantar os olhos. Dois corvos lutavam ferozmente. Logo, um dos dois caiu
por terra e lá jazeu, sem vida, assim como o irmão. A ave vencedora começou a cavar um buraco na terra com
o bico e as garras. Depois, rolou o corpo da ave morta para dentro dele, cobriu-o com terra e voou para longe.
Cáyin, agora, sabia o que devia fazer. Cavou uma cova no solo e lá depositou o corpo do seu irmão,
cobrindo-o com terra. “Tenho que fugir daqui” – pensou. Foi quando ouviu uma Voz Celestial: “Você acha
que pode fugir de Mim? Onde está seu irmão, Hêvel?”
Cáyin gelou. “Não sei” – respondeu, “Será que sou o guardião do meu irmão?”
“Você, filho insensato do homem!” disse-lhe D’us. “Não pode esconder nada de Mim!”
O coração de Cáyin encheu-se de remorso. Estava profundamente arrependido pelo que fizera. “Será que
meu pecado é pesado demais até mesmo para o perdão Divino?” – chorou, agoniado.
 D’us olhou para dentro do coração de Cáyin e viu que este estava verdadeiramente arrependido. Disse
D’us: “Já que você se arrependeu honestamente, com todo o coração, atenuarei sua punição. Pouparei sua
vida, mas você terá que vagar sem descanso até o fim de seus dias; e então, você, também, morrerá nas mãos
de um homem.”
Cáyin pôs-se a vagar. Seu pai Adam encontrou-o: “Por que estás tão triste, meu filho?” perguntou-lhe
Adam. Cáyin contou-lhe tudo o que acontecera.
“Quer dizer que o poder do arrependimento é tão grande assim?” exclamou Adam. “Que pena não ter
sabido disso logo.”
 Adam orou a D’us para que perdoasse o seu próprio pecado de ter comido da árvore proibida. Orou com
todo o seu coração e D’us aceitou seu sincero arrependimento, perdoando-o.
Cáyin e Adam foram os primeiros arrependidos. Eles se arrependeram e foram perdoados – em Rosh
Hashaná.

Fonte-Chabad

 
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